Offline
Barroso reitera ataques ao voto auditável: ‘Passou o tempo de golpes’
30/05/2021 13:33 em Notícias do Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, reiterou os ataques ao voto auditável. “Já passou o tempo de golpes, quarteladas, quebras da legalidade constitucional. Ganhou, leva. Perdeu, vai embora”, declarou o juiz, em entrevista publicada no jornal O Globo, neste domingo, 30. Para ilustrar as críticas, Barroso lembrou dos Estados Unidos, cujas eleições federais foram judicializadas: “Trump esperneou muito, mas está na Flórida, não em Washington”. Segundo o magistrado, não há lugar no Brasil para a “não aceitação dos resultados legítimos das urnas eletrônicas”.

Leia mais: Prefeitos e governadores pedem mais R$ 40 bilhões ao governo

Barroso defendeu os equipamentos atualmente utilizados no processo eleitoral, e garantiu que são auditáveis. “A urna eletrônica possui um arquivo que funciona como a velha urna de lona, armazenando todos os votos, sem a identificação do eleitor, naturalmente. Esse registro possibilita a recuperação dos votos para sua recontagem eletrônica”, disse. Para o juiz, quem defende a impressão do comprovante do voto desconhece como o atual sistema é seguro e transparente. “O processo eleitoral é seguro e vai proclamar quem efetivamente venceu. O resto é espuma e fumaça”, afirmou Barroso.

Urnas eletrônicas em xeque

Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seis meses antes [das eleições], compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo, na quinta-feira 20, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados.

Leia também: Covidão: R$ 160 milhões foram desviados de Estados e municípios

“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Bruzano.

Brasileiros em defesa do voto auditável

Milhões de manifestantes se reuniram no Dia do Trabalhador para apoiar o voto auditável. Hoje, uma proposta de emenda à Constituição tramita na Câmara dos Deputados. De autoria da presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), a medida estabelece a impressão do comprovante do voto. Assim, o eleitor pode verificar quem escolheu para ocupar determinado cargo. O papel, em seguida, cai noutra urna, com a finalidade de que, futuramente, uma das partes concorrentes possa pedir a auditoria do processo.

Fonte: revistaoeste.com

COMENTÁRIOS