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Araraquara: prefeito petista intensifica medidas de lockdown
21/02/2021 21:37 em Notícias do Brasil

Apesar das evidências de que o lockdown é ineficaz no combate à pandemia de coronavírus, alguns governantes ainda insistem em adotar medidas severas de isolamento social. É o caso de Edinho Silva (PT), prefeito de Araraquara, no interior de São Paulo. Depois de registrar cinco mortes pela covid-19 nesta sexta-feira, 19, a prefeitura decidiu decretar ‘lockdown total’ por 60 horas. Do meio-dia de domingo, 21, à meia-noite de terça-feira, 23. No período, ficarão fechados bancos, indústrias, supermercados, postos de combustíveis e todo comércio, além dos serviços públicos não essenciais.

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Carros e ônibus do transporte não poderão circular. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o decreto determina que, quem for flagrado fora de casa, terá de comprovar com documentos a situação de emergência.

“Pelo novo decreto, só podem abrir farmácias e estabelecimentos de saúde”, informa a reportagem. “Os postos de combustível só poderão abastecer veículos dos serviços públicos municipais, estaduais e federais, incluindo a Polícia Militar. As pessoas terão licença para sair de casa para atendimento médico, compra de remédio e trabalho em serviço essencial. Quem for pego e não apresentar provas da necessidade será multado em até R$ 6 mil”. Embora a cidade permaneça na fase vermelha do Plano São Paulo de enfrentamento à pandemia, as medidas municipais são ainda mais restritivas.

Num vídeo publicado no Twitter, Edinho afirmou que o aumento nos casos e o colapso na rede hospitalar impuseram a necessidade de ampliar o lockdown, que já estava em vigor, de forma mais branda, desde segunda-feira, 15. Em vez de acalmar a população, Edinho apostou na disseminação do medo. “Mais uma vez eu venho aqui para falar para vocês de doença, de pessoas sendo contaminadas, de pessoas adoecendo, de pessoas morrendo”, disse. “Nós estamos hoje com uma contaminação absurda do coronavírus e, pior, de uma nova cepa do coronavírus, que contagia muito mais gente”. No discurso, ele também culpou a população pelo crescimento da doença: “O povo de Araraquara pôs Araraquara neste lugar, é o povo de Araraquara que vai tirar Araraquara deste lugar”.

O prefeito não explicou por que, durante todo o ano de 2020, não conseguiu preparar o sistema de saúde da cidade que governa desde 2017 para enfrentar a doença. Como lembrou o neurocirurgião Paulo Porto de Melo em entrevista à Revista Oeste, no início da pandemia, ainda sem saber como lidar com o vírus, o lockdown foi implementado com o argumento de que era preciso “achatar a curva” de contágio e evitar que várias pessoas ficassem doentes ao mesmo tempo, colapsando os hospitais.

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A justificativa dos governantes era de que precisavam de tempo para equipar o sistema de saúde a fim de atender à nova demanda. “O problema é que o lockdown deveria ter acontecido por um período de tempo curto, para que o sistema de saúde aumentasse sua oferta de leitos de UTI e capacidade de atendimento”, lembrou Porto de Melo. “É inconcebível que em um ano um gestor público não tenha conseguido ajustar o sistema de saúde para isso.”

Pois Edinho não conseguiu. Pelo quinto dia consecutivo, segundo o Estadão, Araraquara registrou 100% de ocupação de leitos e pacientes já foram transferidos para outras cidades.

 

 

Fonte: revistaoeste.com

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