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“O lockdown foi um grande erro”, concluem intelectuais alemães
13/05/2020 19:56 em Notícias do Mundo

O jornal alemão Bild, o mais vendido da Europa, publicou uma reportagem com a opinião de intelectuais do país sobre a prática do lockdown para combater a pandemia de coronavírus. A determinação consiste no isolamento completo que, entre outras coisas, proíbe a circulação de pessoas sem autorização.“Foi um grande erro”, concluíram.

O patologista Klaus Püschel, chefe do Instituto de Medicina Forense do Hospital Universitário de Hamburgo, argumentou que “no fim, o Covid-19 é uma doença viral como a gripe”. Inofensiva para a maioria das pessoas e fatal em casos excepcionais.

“É importante ver se o coronavírus realmente foi a causa do óbito”, observou Püschel. “Dos aproximadamente 180 mortos com coronavírus que examinamos, todos sofriam de condições pré-existentes graves e não eram crianças ou adolescentes”.

O professor Stefan Homburg, diretor do Instituto de Finanças Públicas da Universidade de Hannover, ex-conselheiro do governo federal, argumentou que os números oficiais na Alemanha de maneira alguma justificavam o bloqueio. “Na Itália, a epidemia de coronavírus foi pior do que uma epidemia de gripe. Na Alemanha, foi menos grave”, disse. “Os danos estão aumentando diariamente. Todas as proibições devem ser suspensas. Estádios de futebol vazios e restaurantes meio vazios não servem para ninguém.”

Hans-Jürgen Papier, ex-presidente do Tribunal Constitucional Federal alemão, disse que as intervenções estatais foram longe demais. “O equilíbrio estava entre a proteção da vida e da saúde por um lado, e a proteção dos bens constitucionais por outro”, lembrou. “Deveria ter havido um debate parlamentar e público mais amplo e detalhado”.

Julian Nida-Rümelin, ex-ministro da Cultura da Alemanha, lembrou que as estatísticas sem contextualização criam medo e pânico e não promovem o debate. “Com a Covid-19, os grandes números que aparecem a cada dia nos deixam assustados e perplexos”, observou. “Esses números precisam ser contextualizados. Por exemplo, quantas pessoas normalmente morrem por dia na Alemanha? Quantas morrem de ataque cardíaco? E de câncer? E de Covid-19?”.

Para a jornalista Patricia Riekel, advertências e um apelo à responsabilidade pessoal seriam preferíveis ao bloqueio. “Sou a favor da maneira sueca, com recomendações para que a distância seja mantida e que as pessoas em risco fiquem em casa”, observou. “O que vimos nas últimas seis semanas foi excessivo. Nos tornamos um povo de queixosos e delatores”.

 

Fonte: revistaoeste.com

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