O Irã prometeu uma “resposta efetiva e firme” contra a França em razão da publicação de dezenas de charges sobre o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, pelo semanário satírico Charlie Hebdo em sua última edição. Publicado na quarta-feira, 4, o número especial lembra os 8 anos do atentado de terroristas islâmicos que matou 12 pessoas, incluindo cartunistas e dois policiais.

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“O ato insultante e indecente de uma publicação francesa de difundir caricaturas contra a autoridade religiosa e política não ficará sem uma resposta efetiva e firme. Não permitiremos que o governo francês cruze a linha. Definitivamente, escolheram o caminho errado”, declarou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, em um comunicado.

Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Naser Kanani, disse que o Irã considera o governo francês responsável por esse “ato de ódio e insulto injustificado”. Depois da publicação do Charlie Hebdo, autoridades iranianas convocaram o embaixador francês em Teerã, Nicolas Roche.

Na última edição, o semanário publicou charges escolhidas em um concurso, lançado em dezembro, cujo tema era Ali Khamenei. “Foi uma forma de mostrar nosso apoio às iranianas e aos iranianos que arriscam suas vidas para defender sua liberdade contra a teocracia que os oprime desde 1979”, escreveu o editor-chefe do jornal, Laurent Sourisseau, referindo-se aos protestos desencadeados no Irã depois da morte da jovem curda Mahsa Amini, em 16 de setembro. Ela foi presa três dias antes por não usar adequadamente o véu islâmico hijab e foi encontrada morta na prisão.

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“Foi também uma forma de lembrar que os motivos pelos quais foram assassinados os cartunistas de Charlie e editores de oito anos atrás infelizmente ainda são relevantes”, completou o semanário, referindo-se ao ataque de terroristas da Al-Qaeda, em 2015, que seria uma vingança pela publicação de caricatura do profeta Maomé.

Fonte: revistaoeste.com