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Bolsonaro se filia ao Partido Liberal (PL)
01/12/2021 08:16 em Política Brasil

O “casamento” entre Jair Bolsonaro e o Partido Liberal (PL) foi finalmente consumado nesta terça-feira, 30. Em um evento muito concorrido em Brasília, o presidente da República se filiou à legenda pela qual disputará a reeleição em 2022.

Além de Bolsonaro, também se filiaram à agremiação o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Em seu discurso, o chefe do Executivo disse que se sentia “em casa” no novo partido e lembrou de seu período como deputado federal. “Estou me sentindo em casa, dentro do Congresso Nacional. Eu vim do meio de vocês, passei 28 anos no Parlamento”, disse Bolsonaro. “Há uma semelhança muito grande entre nós.”

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Ao lado do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, Bolsonaro brincou: “Uma filiação é como um casamento. Não seremos marido e mulher, seremos uma família”, disse, dirigindo-se ao dirigente partidário. “Vocês todos fazem parte dessa nossa família.”

Bolsonaro elogiou sua equipe de ministros e fez críticas aos governos do PT, sem citar diretamente os nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

“Nós tiramos o Brasil da esquerda. Olhem para onde estávamos indo, olhem para onde foram certos países, como a Venezuela. Não queremos isso”, afirmou o presidente. 

No pronunciamento, Bolsonaro também elogiou o Congresso Nacional. “Em grande parte, o Parlamento tem jogado junto com o Poder Executivo. Isso é muito bom”, disse. 

André Mendonça e STF

Durante o primeiro discurso como filiado ao PL, Bolsonaro falou também sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a indicação do ex-ministro da Justiça André Mendonça a uma vaga na Corte.

“Amanhã está prevista a sabatina com o nosso indicado, o André Mendonça. Espero que o nome dele seja aprovado”, afirmou. “Sabemos que existe um embate ideológico, mas o André conversou com todos os senadores.”

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Sobre o STF, também sem citar nomes, Bolsonaro afirmou que “sempre devemos zelar por nossa liberdade”. “Alguns extrapolam aqui na região da Praça dos Três Poderes, mas essa pessoa vai se enquadrando”, disse Bolsonaro, referindo-se supostamente ao ministro Alexandre de Moraes. 

Antes do pronunciamento de Bolsonaro, Costa Neto apresentou o presidente como “a grande figura política do país” e citou realizações do atual governo, como o Auxílio Brasil, o marco do saneamento, a transposição do Rio São Francisco e o leilão da tecnologia 5G. 

Casa cheia

A cerimônia de filiação de Bolsonaro contou com a participação de vários integrantes do primeiro escalão do governo, além de deputados, senadores e dirigentes de partidos da base. Entre as autoridades, estavam o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

A Esplanada dos Ministérios também compareceu em peso, com Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Casa Civil), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tereza Cristina (Agricultura), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Marcelo Queiroga (Saúde), João Roma (Cidadania), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

Idas e vindas do ‘casamento’

A filiação de Bolsonaro ao PL chegou a ser anunciada há algumas semanas, mas houve recuo quanto à data do “casamento”, o que gerou dúvidas sobre o futuro do presidente.

O principal entrave para a ida de Bolsonaro ao PL era o apoio já firmado da legenda à candidatura do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao Palácio dos Bandeirantes em 2022. Garcia é vice de João Doria (PSDB), que será adversário de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto.

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Depois de muita costura política, Bolsonaro e Costa Neto chegaram a um acordo que deve sacramentar a candidatura do ministro de Tarcísio ao governo de São Paulo.

Estratégia de Bolsonaro

Para ser reeleito, a aposta do chefe do Executivo está baseada em um “tripé” político sustentado por três das principais legendas do Centrão no Congresso — além do PL, o PP e o Republicanos.

O PP, partido de Lira, deve indicar o candidato a vice na chapa de Bolsonaro à reeleição. Já o Republicanos, comandado pelo deputado Marcos Pereira, tem grande penetração junto ao público evangélico, um dos trunfos eleitorais do presidente da República.

 

Na avaliação de interlocutores do Palácio do Planalto, PL, PP e Republicanos teriam condições de dar sustentação a um eventual novo governo de Bolsonaro a partir de 2023, contando ainda com apoio de parte das bancadas de outras legendas — como PSL, União Brasil e até o MDB.

Fonte: revistaoeste.com

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