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Quatro maiores clubes de São Paulo têm mais de R$ 2 bilhões em dívidas
06/05/2020 10:24 em Esportes

Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo são grandes atualmente não só na tradição, como também no volume de dívidas. Um estudo da empresa Ernst & Young obtido pelo Estado mostra o quanto os quatro principais clubes do futebol paulista estão com débitos gigantes. Juntos, os quatro têm pendências no valor de R$ 2,2 bilhões, um montante que é 182% maior do que o registrado em 2010.

A análise financeira leva em conta os balanços oficiais divulgados pelas equipes anualmente. O mais recente deles foi publicado dias atrás, com as informações sobre 2019. O nível de dívidas dos clubes chegou a um patamar considerado pelos autores do estudo como preocupante. Até porque este ano, com o grande impacto do novo coronavírus nas receitas dos times, é improvável que os números das finanças melhorem. "Todos os números são de uma época antes da covid-19. A pandemia só aprofundou essa situação complicada", disse o diretor executivo da Ernst & Young, Pedro Daniel.

 

Dos quatro times do futebol paulista, quem tem a situação mais delicada é o Corinthians. Na última década, o clube aumentou o endividamento em 425%. O São Paulo também não fica tão atrás: os débitos aumentaram 309% no mesmo período. Palmeiras e Santos tiveram problemas um pouco menores. O endividamento aumentou, respectivamente, 101% e 66%.

A elevação crescente de gastos dos clubes e o descompasso com os faturamentos explicam resultados tão ruins. "A gente faz 'voos de galinha'. As equipes algumas vezes têm boas gestões por alguns anos e depois voltam ao seu patamar. O clube fica dependente da sorte de ter algumas temporadas positivas, com títulos e premiações, mas sem projeto sólidos", explicou Daniel.

A falta de diversificação de receitas foi um dos grandes problemas do futebol paulista nesta última década. O estudo mostra que os quatro times são muito dependentes de contratos de direitos de transmissão e da venda de jogadores. Quando esses segmentos vão mal, as contas não fecham. Quem se apresenta como exceção nesse cenário é o Palmeiras, por contar com mais faturamentos vindos do estádio e do faturamento em dias de jogos.

Uma das equipes mais dependentes da negociação de jogadores é o São Paulo. Se o clube do Morumbi não consegue vender as revelações do CT de Cotia, fecha no vermelho. A transferência de atletas foi a principal fonte de receita em três dos últimos cinco anos. Em 2019, lucrou 30% a menos com vendas do que no ano anterior. Como resultado isso, a equipe registrou déficit de R$ 156 milhões.

CHANCE DE MUDANÇA  

A revelação de dados tão negativos, assim como a preocupação com os impactos da pandemia, pelo menos tem como um alento duas oportunidades. A discussões sobre a aplicação do fair-play financeiro e a possibilidade de transformar os clubes em empresas podem fazer as gestões das equipes serem mais responsáveis.

Fonte: esportes.r7.com

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