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Bolívia: governo de esquerda prende o último governador de oposição no país
29/12/2022 22:55 em Política Internacional

Luiz Fernando Camacho, governador do departamento (o que equivale aos estados brasileiros) de Santa Cruz, foi preso na quarta-feira, 28, pela polícia, segundo o procurador Eduardo del Castillo.

Camacho era o principal e último opositor ao governo de esquerda de Luis Arce, Camacho também foi articulador do movimento que levou à renúncia de Evo Morales, em 2019.

Camacho lidera a aliança Creemos e era investigado pela queda do ex-presidente Evo Morales. A acusação é que ele promoveu protestos regionais contra o adiamento do censo populacional boliviano.

Os protestos convocados em Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, paralisaram estradas por 36 dias e terminaram com um acordo entre a oposição e o governo que garantiu a realização do censo, permitindo a atualização do número de cadeiras no congresso boliviano antes das eleições legislativas e presidenciais de 2025.

Dois ex-presidentes da Bolívia, Jeanine Añez e Jorge Quiroga, demonstraram apoio a Camacho e denunciaram a arbitrariedade da prisão, que classificaram como sequestro. “Montaram uma megaoperação policial-militar para sequestrar o governador”, disse Añez em sua conta no Twitter.

O Governo de Santa Cruz também repudiou a operação policial.

 

Quem é Luis Fernando Camacho

Advogado de 41 anos e mestre em direito tributário pela Universidade de Barcelona, ​​​​Camacho ganhou destaque como presidente do Comitê Pró-Santa Cruz, um comitê representativo de entidades empresariais, de bairro e trabalhistas de direita da maior região da Bolívia.

Após as eleições de 20 de outubro de 2019, ele convocou os primeiros protestos para denunciar supostas fraudes nas urnas. Na noite de 4 de novembro, enquanto os protestos aumentavam, Camacho voou para La Paz levando a carta de demissão que ele mesmo redigiu para o então presidente.

Na Bolívia, ele é comparado ao venezuelano Juan Guaidó, que liderou a tentativa de retomada democrática na Venezuela em oposição ao governo de Nicolás Maudro.

Fonte: revistaoeste.com

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