Offline
‘Os não vacinados, eu quero irritá-los’, diz presidente francês
05/01/2022 14:37 em Notícias do Mundo

O presidente da França, Emmanuel Macron, causou indignação ao dizer que a estratégia de vacinação de seu governo é “irritar” as pessoas que não receberam a vacina contra a covid-19, tornando a vida cada vez mais difícil para elas.

“Os não vacinados, eu realmente quero irritá-los. E assim, vamos continuar fazendo isso até o fim. Essa é a estratégia”, disse Macron ao jornal Le Parisien em entrevista publicada na noite da terça-feira, 5.

Os comentários foram feitos enquanto o governo busca aprovar uma legislação parlamentar que tornará a vacinação obrigatória a partir de 15 de janeiro para os franceses.

Leia também: Alemanha decreta ‘lockdown’ para não vacinados

“Em uma democracia, os piores inimigos são as mentiras e a estupidez”, disse Macron. “Estamos pressionando os não vacinados, limitando, tanto quanto possível, seu acesso às atividades na vida social”.

A França vacinou quase 90% de sua população elegível, disse Macron, e foi “apenas uma pequena minoria que está resistindo. Como podemos reduzir essa minoria? Nós o reduzimos, desculpe a expressão, irritando-os ainda mais”.

“Temos que dizer a eles: a partir de 15 de janeiro, vocês não poderão mais ir ao restaurante. Você não poderá mais ir tomar um café, não poderá mais ir ao teatro. Você não poderá mais ir ao cinema”, prometeu Macron.

A declaração gerou revolta da oposição francesa

“Nenhuma emergência de saúde justifica tais palavras”, disse Bruno Retailleau, chefe do partido de direita Les Républicains, no Senado.

“Emmanuel Macron diz que aprendeu a amar os franceses, mas parece que gosta especialmente de desprezá-los”, completou Retailleau.

Leia mais: Itália impõe novas medidas restritivas para não vacinados

Marine Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional, de direita, observou que um presidente “não deveria dizer tais coisas”, acrescentando que a linguagem “não era digna do cargo” e que Macron estava “transformando os não vacinados em cidadãos de segunda classe”.

Outros também criticaram a proposta de lei. Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de extrema esquerda France Insoumise, chamou a linguagem de Macron de “terrível”.

“Está claro que a aprovação da vacina é uma punição coletiva contra as liberdades individuais”, disse Mélenchon.

Leia ainda: EUA: 40 mil militares podem ser expulsos do Exército por não tomar a vacina

Passaporte da vacina

O passaporte vacinal, lançado pelo governo, é necessário na França para acesso a locais públicos fechados, como cafés, restaurantes, cinemas, museus, salas de concertos e centros esportivos, bem como para embarcar em trens e aviões de longa distância.

Fonte: revistaoeste.com

COMENTÁRIOS